O Mural do Clima é uma ferramenta muito útil e interessante para sensibilizar cidadãos e organizações para as alterações climáticas. Em +3 anos, alguns momentos permanecem vivos na nossa memória - partilhamo-los com a intenção de mostrar quão impactante este workshop pode ser e da nossa experiência apoiar novos facilitadores.
Trabalhar a sustentabilidade organizacional com o Mural do Clima
Já facilitámos dezenas de workshops do Mural do Clima de Norte a Sul de Portugal - ainda não fomos às ilhas! Cada organização, local, e experiência são únicos mas alguns proporcionaram aprendizagens importantes que ficam na memória.
A reação dos participantes, o sentimento de aprender algo novo ou a satisfação do facilitador que vê bons resultados após experimentar novas variantes na metodologia são alguns dos episódios que partilhamos.
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1. Ser um generalista em clima ajuda no Mural do Clima
Quem conhece o Mural do Clima sabe que embora o workshop torne a ciência climática simples, há muita complexidade por detrás de cada uma das cartas.
Quando se facilita o workshop junto de organizações de diferentes indústrias - tecnológicas, banca, retalho, hospitalidade - saber factos e curiosidades sobre as mesmas traz algumas vantagens.
Permite iniciar novas conversas - e.g numa organização de retalho falar sobre a seca na Europa ou Amazónia e mostrar que os impactos hão de chegar; numa tecnológica falar dos impactos de servidores de cloud ou de e-waste - e partilhar boas práticas sustentáveis que outras outras organizações já estão a seguir e que podem inspirar à ação.
Nesse sentido, é útil estar atualizado sobre as últimas notícias e ter alguns conhecimentos evergreen que nunca saem de moda - e.g. o impacto das monoculturas agrícolas, o crescimento número de emissões de CO2, os limites planetários.
2. Utilizar a música como catalisador da emoção
Houve um workshop do Mural do Clima que realizámos numa universidade e no qual um professor se emocionou na sequência da pergunta que sempre fazemos:
- Quando vêem esta dinâmica e tendência climática (i.e. este mural do clima) em que vivemos, como se sentem?
Mostramos a roda das emoções (imagem à direita) ou pessoas com diferentes posturas (imagem à esquerda) e pedimos aos participantes para se identificarem com uma das opções.
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Tipicamente obtemos respostas mais racionais quando fazemos a pergunta anterior. Vários facilitadores partilham connosco que têm esta mesma experiência. Afinal, é difícil trocarmos o uso do lado direito e analítico do cérebro que entende a ciência climática para o lado esquerdo, mais emocional e criativo.
Ao vermos a genuinidade e o poder transformativo da reação do professor, percebemos que havia mais potencial por libertar e que precisávamos de explorar novas técnicas nesse sentido. Desde então começámos a utilizar música durante esta fase do workshop e começámos a notar mais profundidade e emoção nas respostas - tal como pretendido!
3. Terminar o Mural do Clima com a partilha da história da regeneração
Na parte final final do Mural do clima exploramos pistas de ação para comportamentos mais sustentáveis. De forma genérica, o facilitador orienta as repostas recolhidas através de um processo de inteligência coletiva, garantido que a importância de certas ações em detrimento de outras é corretamente compreendida.
Quando falamos de ações, podemos pensar em diferentes escalas - pessoal, organizacional ou coletiva. Num workshop escolher em qual ou quais delas trabalhar mas temos sempre um tempo limitado e que raramente chega para uma conversa completa, considerando a complexidade dos vários assuntos trazidos à discussão: consumo, alimentação, transportes, consumo, hábitos, políticas, selos...
Na tools for good achamos que esta soluções, embora importantes, devem estar ancoradas e ser pensadas e trabalhadas dentro de uma perspectiva mais macro. É por isso que dizemos que a sustentabilidade não chega e que precisamos de regenerar.
Esta nova/velha história da regeneração que contamos no final dos nossos workshops deixa os participantes curiosos e com vontade de ir saber mais!
(Bónus) A tripeirinha e o cão do clima
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Houve dois workshops do Mural do Clima que ficaram na nossa memória, por diferentes motivos.
Um deles foi realizado com uma escola de surf, e um colaborador levou um cão de água - o primeiro participante não-humano que tivemos num workshop.
O outro foi um Mural do Clima em versão quiz (rápida) que fizemos com a influencer de plantas e sustentabilidade @tripeirinha durante uma feira de ciência. Apanhámo-la no corredor e apesar de ter ficado interessada, tinha um compromisso alguns minutos depois. Por isso, fizemos a parte I do workshop em 5/10 minutos - um recorde!